Existem 7 cortes de carne suína que têm menos gordura que o peito de frango sem pele.

A carne suína magra é um alimento denso em nutrientes, suprindo o organismo com alta concentração de muitos nutrientes em relação ao seu valor energético (calorias). Uma porção de 100g de lombo suíno aparado contribui somente com 6% das calorias numa dieta de 2000 kcal, sendo uma excelente fonte de tiamina, vitamina B6, fósforo e niacina, uma boa fonte de riboflavina, potássio e zinco (USDA Nutrient Data 2006). Comparado com peito de frango sem pele, o lombo suíno contém duas vezes mais zinco e 10 vezes mais tiamina numa porção.

Nutrientes da carne suína
Em relação aos Valores Diários para nutrientes, uma porção de 100g de lombo de suíno magro, assado, contribui:
Nutriente
% Valores Diários
Tiamina
54% VD
Niacina
37% VD
Vitamina B6
37%  VD
Riboflavina
19%  VD
Zinco
14%  VD
Potássio
10%  VD
Vitamina B12
8%  VD
Ferro
5%  VD

O lombo suíno é considerado uma carne “extra magra”, contendo menos que 5g de gorduras totais, 2g de gordura saturada e 95mg de colesterol por porção. Quando consumido como parte de uma dieta de 2000 kcal, uma porção de lombo suíno contribui com 5% do Valor Diário (VD) para gordura saturada, 4,5% do VD para gorduras totais e 21% do VD para colesterol e é um alimento denso em nutrientes. Para as pessoas com problema de hipertensão, recomenda-se a abstenção ou redução da ingestão de alimentos com alto teor de sódio, principalmente aqueles ricos em sal de cozinha (NaCl). O lombo suíno é um potencial aliado no controle da pressão alta. Contém o menor teor de sódio de todas as carnes, somente 42mg de sódio por porção ou 2% do VD, e o maior teor de potássio, com baixo teor de gorduras saturadas e colesterol.

Valor nutritivo da Carne Suína (Lombo sem gordura, em 100 gramas)

Cálcio4 g
Ferro0,5 mg
Magnésio24 mg
Sódio53 mg
Potássio334 mg
Zinco0,9 mg
Vitaminas 
Retinoltr
Tiamina0,95 mg
Riboflavinatr
Niacina13,83 mg
PiridoxinaTr
Ácidos Graxos 
Saturados3,3 g
Monoinsaturados (Oléico)3,7 g
Polinsaturados (Linoléico)1,0 g
Macronutrientes 
Umidade68 %
Fibra0%
Energia176 kcal
Proteína Total22,6 g
Gordura Total8,6 g
Colesterol55 mg

Fonte: Tabela brasileira de composição de alimentos/ NEPA – UNICAMP – Versão II – 2 ed – Campinas. SP.

O teor de colesterol da carne suína não é mais elevado que a maior parte das outras carnes (bovina, vitelo, carneiro). Com efeito, o teor de colesterol dessa carne varia, conforme as peças, de 62 a 78mg em cada 100g de carne crua, o que a coloca no mesmo patamar que o frango.

A carne suína pode ser, portanto, considerada como relativamente pobre em colesterol. O teor de colesterol dos miúdos de suíno é, por outro lado, mais elevado: 340mg para o fígado, 400mg para os rins, 2000mg para o miolo.


A carne suína tem proteínas de qualidade em quantidade! Ela apresenta um teor protéico elevado:

• 18-22g de proteína a cada 100g de carne crua
• 25-28g de proteína a cada 100g de carne cozida;

Assim, 150g de carne suína cobrem 40 a 50% das DRI (ingestão diária recomendada) de proteína para um adulto de 70 kg. Como se sabe, a qualidade nutricional de um “alimento protéico” depende não somente da quantidade, mas também da qualidade das proteínas. A qualidade das proteínas da carne suína é excelente e o equilíbrio de seus aminoácidos está próximo do ótimo.

As proteínas da carne suína possuem, com efeito, um excelente valor biológico, pois elas têm um aporte de aminoácidos essenciais em proporções favoráveis para permitir as sínteses protéicas do organismo, mesmo quando não são notadas em nível de aminogramas.

A relação proteínas / lipídios mede a capacidade de um alimento de aportar proteínas, sem, no entanto liberar muita gordura. Quanto mais elevada essa relação, mais o alimento é interessante do ponto de vista nutricional. Assim, o filé mignon suíno apresenta uma relação de proteínas / lipídios particularmente favorável de 11,6, em comparação ao filé bovino: 9,3 ou ao filé de vitelo: 6,8.


Do ponto de vista vitamínico, a carne suína se distingue essencialmente por sua riqueza em vitaminas do complexo B, e mais particularmente pela vitamina B1 (tiamina), que exerce um papel essencial na assimilação dos glicídios, transmissão de influxos nervosos e funcionamento do sistema neuromuscular. A carne suína representa uma das melhores fontes alimentares de vitamina B1 e, com um teor recorde de 0,7 a 1mg, ela supera com folga todas as outras carnes.

Após o cozimento, 100g de carne suína contém:

• 40-60% das necessidades diárias de vitamina B1;
• 20-30% das necessidades de vitaminas B2, PP e B6;
• 30% das necessidades de vitamina B12.

Pode-se ainda ressaltar a presença de vitamina E e de traços de vitaminas A e D. Os miúdos de suíno são igualmente ricos em vitamina A.


Do ponto de vista mineral, a carne suína se distingue essencialmente por seu teor de ferro, zinco e selênio.

O ferro participa na formação dos glóbulos vermelhos. A carne suína é uma boa fonte de ferro orgânico. Seu teor é menos elevado que o da carne bovina, mas mais elevado que o de frango. O conteúdo de ferro na carne suína é bem melhor absorvido e utilizado, pois é composto de uma boa parte de ferro hemínico (ou seja, mioglobina e hemoglobina). Na verdade, o ferro de origem animal é absorvido pelo organismo numa razão de 25%, contra 5% do ferro presente nos vegetais. O teor de ferro dos miúdos de suíno (fígado, rins, chouriço) é bem mais elevado, na ordem de 5 a 15mg / 100g. Assim, uma porção de 100g de carne suína cozida aporta em média 1,5mg de ferro, ou 15% das necessidades diárias de ferro para um homem adulto.

O zinco interfere nos processos de imunidade e reforço das defesas do organismo, exerce um papel protetor no envelhecimento celular e faz parte de um dos constituintes da insulina. A carne suína e os embutidos contêm em média 1,5 a 4mg de zinco a cada 100g. Portanto, 100g de carne suína cobrem de 15 a 20% das ingestões diárias recomendadas de zinco para um adulto.

O selênio, antioxidante, retarda o envelhecimento celular, diminui os riscos de doenças cardiovasculares e permite um bom funcionamento de vários mecanismos. Com teor de selênio de 10µg por 100g, a carne suína representa, depois da carne bovina, a segunda fonte de selênio na alimentação ocidental. Portanto, 100g de carne suína cobrem cerca de 20% da ingestão diária recomendada de selênio para um adulto.


CURIOSIDADE:

CARNE SUÍNA E A MEDICINA

A importância dos suínos para medicina humana é evidenciada por Roppa, citando produtos que são produzidos a partir dos suínos e usados em humanos. A grande variedade de produtos originados dos suínos e usados na medicina humana, e principalmente o uso de órgãos como pele e válvulas cardíacas para transplantes, deve ser interpretado como resultado da similaridade que há entre os organismos: humano e suíno.

1) O pâncreas dos suínos é um órgão do qual se obtém a Insulina. Esse hormônio é essencial para os diabéticos. Ele é encarregado de permitir a entrada de açúcar nas células e de diminuir a sua taxa no sangue, evitando dessa forma que atinja níveis mortais para o homem.

Outra utilidade do pâncreas dos suínos para o homem é a de fornecer ilhotas pancreáticas (ilhotas de Langerhans) para implantes em pessoas diabéticas que não as possuem. Estes implantes poderão deixar os diabéticos livres de injeções de insulina por vários anos. Atualmente, a insulina é também produzida por engenharia genética, através da multiplicação bacteriana, porém a um custo mais alto.

2) A Glândula Pituitária do suíno é utilizada para obtenção do ACTH. Este hormônio é usado em medicina humana para o tratamento das artrites e doenças inflamatórias, que causam dores insuportáveis para o homem.

3) A Tireóide do suíno é utilizada para obter medicamentos que serão usados por pessoas que possuem glândulas tireóides pouco ativas.

4) A pele dos suínos pode ser usada temporariamente pelo homem, nos casos de queimaduras que causam grandes descontinuidades de sua pele.

5) A mucosa intestinal dos suínos é usada para a obtenção de uma substância chamada Heparina. Esta tem a função de coagular o sangue e é aplicada em medicina humana nos casos de hemorragia.

6) O coração dos suínos é usado para retirar as Válvulas Cardíacas que serão transplantadas em adultos e crianças. Os suínos usados para fornecer essas válvulas, pesam de 16 a 25 kg. Estas válvulas são retiradas do coração e conservadas num preparado químico, podendo ser preservadas por 5 anos. As válvulas cardíacas do homem podem ser substituídas por válvulas mecânicas feitas com materiais artificiais. As válvulas dos suínos, porém, têm vantagens sobre essas mecânicas, pois são menos rejeitadas pelo organismo, têm a mesma estrutura das válvulas humanas e resistem mais às infecções.

7) Suínos modificados geneticamente podem produzir Hemoglobina humana (pigmento do sangue que leva oxigênio às células do corpo). Pesquisadores da empresa DNX (EUA) injetaram em 3 embriões de suínos, cópias dos dois genes responsáveis pela produção de hemoglobina humana. A técnica fez com que 15 % da hemoglobina encontrada nos suínos fosse do tipo humano. As duas hemoglobinas são depois separadas, pela diferença de suas cargas elétricas. Este produto pode ser estocado por meses, ao contrário do sangue normal que se conserva apenas por semanas.


Fonte: Abipecs