Alimentos como laranja, pimenta vermelha, pimentão, gengibre, chá verde, canela, chá-mate e folhosos, como brócolis, mostarda e couve, entre outros, estão, cada vez mais, sendo inseridos em dietas para perda de peso e para dar uma turbinada no metabolismo. As indicações vêm respaldadas por pesquisas que atestam a ação termogênica desses ingredientes que “esquentam” a alimentação. “São alimentos que aumentam o metabolismo energético e a demanda de energia, utilizando a gordura estocada ao longo do dia, mesmo durante o descanso”, explica a nutricionista Alice Carvalhais, do Instituto Mineiro de Endocrinologia.

Segundo ela, para ter efeito termogênico, o consumo do alimento tem que ser frequente, tornando-se um hábito. Contudo, para que tenham efeito positivo no processo de emagrecimento, os termogênicos não devem ser encarados como milagrosos e, sim, como aliados de uma alimentação saudável e equilibrada. “Sozinhos, eles não têm nenhum efeito no organismo”, diz.

A tese é endossada pelo nutricionista José Luiz Rocha, do Laboratório de Metabolismo Energético e Composição Corporal da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O especialista lembra ainda que, apesar do resultado positivo sobre o metabolismo, tais alimentos devem ser indicados com cautela, justamente pensando nos efeitos individuais que podem causar. A pimenta é um bom exemplo. “Em alguns indivíduos e em grandes quantidades, ela pode levar à taquicardia, dor de cabeça e gastrite, entre outros problemas”, afirma.

Além de esquentar a alimentação, não excluir o café da manhã da dieta é muito importante num processo de perda de peso com up metabólico. Embora muita gente acredite que possa emagrecer mais rápido diminuindo as calorias do dia ao pular essa refeição, o comportamento é altamente prejudicial. Segundo estudo publicado no American Journal of Epidemiology, tomar café da manhã ajuda a manter a energia em alta e quem não faz essa refeição tem mais chances, inclusive, de engordar.

Para José Luiz, ao pular o café da manhã, a pessoa acostuma o organismo a ter menos apetite neste horário do dia. Assim, nas refeições subsequentes haverá um grande consumo de alimentos e, para piorar, maior absorção dos nutrientes em excesso, que serão rapidamente estocados na forma de gordura, já que o organismo entende que haverá um longo período de tempo até a nova ingestão. “É a mesma lógica que nos faz recomendar que as pessoas façam pequenas refeições de três em três horas. Esse hábito, além de manter o metabolismo elevado, não desencadeia adaptações negativas no organismo de quem precisa perder peso.”

Comer mais proteínas, de acordo com estudo do American Journal of Clinical Nutrition, é outra medida que ajuda a aumentar o gasto energético. Isso acontece por vários mecanismos, como explicam os especialistas. Um deles é que o corpo gasta mais calorias para digerir as proteínas. Outro é que elas ajudam a preservar a massa magra do corpo. Quanto mais massa magra, mais eficiente é o metabolismo da pessoa.

A quantidade recomendada para consumo diário desse nutriente vai depender do nível de atividade física de cada indivíduo, bem como seu estado nutricional. Também existem recomendações específicas caso o paciente apresente algum problema renal ou hepático.

CAFEÍNA O consumo de café e de alguns chás também foi associado à melhor performance do metabolismo. A cafeína, por exemplo, como um estimulante do sistema nervoso central, poderia aumentar entre 5% e 8% a taxa de metabolismo, o que resulta em uma média de 100 calorias a menos por dia. Já os chás que contêm catequinas, como o verde, poderiam elevar a taxa para 12%. “Isso é verdade, mas é preciso tomar cuidado com as quantidades de sacarose adicionadas. O açúcar simples eleva a glicose rapidamente. Em consequência, a insulina converte os excessos em gordura, que ficará estocada no corpo”, alerta José Luiz.

Por fim, se a ideia é perder peso acelerando o gasto calórico, evite dietas restritivas demais. Segundo Alice Carvalhais, longos períodos de jejum podem acionar mecanismos hormonais de sobrevivência que estimulam o organismo a estocar gorduras. Quando o corpo não recebe alimento frequentemente durante o dia, ele começa a gastar menos energia como forma de defesa, pois “teme passar fome”.


Fonte: ESTADO DE MINAS – MG