Alimentos para a faixa etária do pré-escolar
A preocupação com a qualidade e quantidade da alimentação oferecida às crianças, está ligado ao fato de escolhas erradas.
A capacidade da criança se alimentar está diretamente ligada ao desenvolvimento da coordenação motora, cognitiva e social. O seu comportamento em relação à alimentação é determinado pela interação com o alimento, levando-se em consideração as influências de fatores emocionais, condição socioeconômica e cultural.
A participação da mãe ou de pessoas diretamente ligadas ao processo de alimentação da criança, é de fundamental importância.
A boa alimentação não é instintiva, é aprendida através do hábito alimentar até os 3 anos de idade. Considera-se pré-escolar o período de 1 a 6 anos de idade, e de escolar dos 7 anos até a puberdade (em âmbito educativo de 7 a 14 anos).
As crianças na fase pré-escolar, caracteristicamente, apresentam o que costumamos chamar de neofobia, isto é, a relutância em consumir novos alimentos na primeira oferta. Este é um dos momentos em que as mães fazem o maior número de consultas porque os seus filhos “não comem”.
A partir do primeiro ano de vida, a alimentação da criança é igual ao da família, evitando condimentos fortes. As preferências alimentares são determinantes na escolha dos alimentos, e é fato que, existe uma preferência nata pelo sabor doce e a rejeição pelo sabor amargo e azedo, mas é preciso que se ofereça repetidas vezes o mesmo alimento de diversas formas de preparo, pois as crianças estão em um processo de aprendizagem.
Nesta fase existem várias causas de inapetência como a dificuldade de reconhecimento de paladar, maior interesse pelo meio ambiente, chantagens diante de recusas, entre outras. A inapetência costuma coincidir com o fato de que com a ansiedade que a criança se alimente, a mãe oferece substitutos de baixo valor nutritivo (alimentos adocicados e de fácil digestão). Desta forma, a criança associa que, se ela não comer, obterá o que deseja.
Os pais devem ser informados que a rejeição inicial é uma resposta normal, pois reflete um processo adaptativo.
Os intervalos das refeições estão associados com o volume das mesmas. Grandes refeições estão associadas com longos intervalos e pequenas refeições com intervalos mais curtos.
Orientações para uma abordagem nutricional:
• Respeitar a variação normal do apetite;
• Estabelecer horários de refeições (intervalo de 2 a 3 horas entre a ingestão de alimentos e a refeição principal);
• Diversificar alimentos e formas de preparo, apresentando os pratos de maneira agradável com textura própria para idade;
• Evitar alimentos de alta densidade energética (excesso de frituras, gorduras) para que na próxima refeição a criança não fique tão seletiva comprometendo a qualidade da dieta;
• Servir pequenas porções e repetir quando necessário, assim encoraja a criança a comer;
• Não utilizar subterfúgios como o famoso “aviãozinho”, pois desviam a atenção e comprometem a percepção dos alimentos;
• Não oferecer sobremesa como recompensa;
• Deixar a criança auto alimentar-se;
• Fracionar a dieta em 6 refeições diárias (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e lanche da noite);
• Não demonstrar irritação ou ansiedade no momento da recusa da refeição principal, não substituir por leite. Ofereça a mesma mais tarde;
• Oferecer sempre verduras e legumes mesmo que a criança não aceite, não comentar caso os mesmos sobrem no prato;
• Não oferecer líquido com as refeições;
• Não utilizar guloseimas como recompensas ou castigos;
• Incentivar a participação da criança na montagem do prato ou no preparo de alimentos;
• Fazer as compras deixando a criança ajudar a escolher as frutas, verduras e legumes, estimulando o conhecimento das variedades de alimentos.
Hoje em dia, a preocupação com a qualidade e quantidade da alimentação oferecida às crianças, está ligado ao fato de escolhas erradas, por serem mais “práticas”, como por exemplo, fast foods, pizzas, salgadinhos e etc. A vida sedentária das crianças (televisão, computador) associada ao aumento da ingestão calórica, refletirá diretamente no crescimento e desenvolvimento adequado, além de um ganho excessivo de peso.
Portanto a orientação é diminuir a ingestão de gorduras saturadas e colesterol que encontramos nas frituras, milanesas, maionese, creme de leite, manteiga, chocolates, substituindo por gorduras mais saudáveis (poliinsaturados) dando preferência às carnes magras; remover gorduras de carnes gordurosas antes de prepará-las; usar óleos vegetais no preparo das refeições e azeite para temperos e saladas; dar preferência às frutas como sobremesa; evitar refrigerantes, bolachas e biscoitos principalmente os recheados; evitar petiscos antes das refeições; dar preferência a alimentos integrais e/ou rico em fibras.
É importante salientar que não existe alimento proibido, o que se tem, são apenas limites.
A escola é uma janela de oportunidades onde tudo que a criança vê vai aprender, com isso orientamos a constituição do lanche da seguinte forma: 01 bebida, 01 lanche salgado uma fruta ou doce. Estes itens devem variar, na medida do possível, para que a criança tenha vontade de comê-lo.
Ao montar o lanche em casa devemos tomar alguns cuidados com os alimentos que necessitam de controle de temperatura, como iogurtes, leites fermentados, etc. Portanto deve-se preparar o lanche bem próximo do horário da saída para escola e colocar em lancheiras térmicas com o intuito de manter razoavelmente a temperatura.
A participação da mãe ou de pessoas diretamente ligadas ao processo de alimentação da criança, é de fundamental importância.
Guia para uma alimentação saudável:
Para facilitar a seleção de uma alimentação adequada e saudável foram criados os guias alimentares. A pirâmide alimentar é um instrumento útil na educação alimentar de populações e indivíduos tendo como principais conceitos: Variedade (visa o consumo de tipos diferentes e variados de alimentos dentro e entre os níveis da pirâmide), a Moderação (visa o consumo dos alimentos nas porções e tamanhos recomendados, bem como consumo esporádicos de gorduras óleos e doces e Proporcionalidade (objetiva o consumo maior de grupos alimentares como cereais situados na base da pirâmide e gradativa redução da proporção à medida que se alcança o topo da pirâmide (óleos e açúcares).
Uma dieta deve conter de 50 a 60 % de Carboidratos, 20 a30% de Lipídeos, e 10 a 15% de Proteína.
Com relação à distribuição das refeições, 19% do valor calórico total (VCT) diário de concentra no café da manhã, 23 % no almoço, e 24% no jantar. O restante se distribui entre os lanches intermediários sendo cerca de 10 % em cada um. Considera-se que as calorias devem ser distribuídas mais homogeneamente durante o dia, não se concentrando apenas nas refeições principais.
Vale ressaltar que as necessidades nutricionais são diferentes para cada individuo e dependem de fatores como: idade, sexo, peso, altura e atividade física, logo, são individuais. Uma avaliação adequada para indivíduos sadios ou enfermos, em suas diferentes faixas etárias, deverá se consultar um nutricionista.
Em: Para saber!
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